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Conhecimento da área da saúde embasado na pluralidade de sistemas terapêuticos complexos vitalistas, que parte de uma visão multidimensional do processo de saúde-doença e utiliza da relação de interagência e de práticas integrativas e complementares no cuidado e atenção à saúde.”
Sabbag ET. Al. Naturologia no Brasil, Avanços e Desafios. Cad. Naturol. Terap. Complem – Vol. 2, Nº 2 – 2013

 Naturologia é um conhecimento da área da saúde que atua com Medicinas Tradicionais, sendo as principais a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ayurvédica, e Práticas Integrativas Diversas, tais como fitoterapia, aromaterapia, florais, cromoterapia, geoterapia, entre outras, aplicando um olhar ampliado e integral do indivíduo com uma abordagem terapêutica de promoção e recuperação da saúde, reconhecendo e fortalecendo o poder de auto cura, autocuidado e empoderamento presente em cada indivíduo. É um diálogo entre saberes e racionalidades que através da transdisciplinaridade cria-se uma estrutura de movimento constante de construção e desconstrução do olhar disciplinar, sendo uma visão “desespecializada” da saúde.

 A Naturologia tem em sua base o que chamamos de 5 pilares da saúde: presença, empatia, autonomia, corresponsabilidade e integralidade. A corresponsabilidade em si é um dos pilares para que a interagência seja possível, integrando os outros pilares também. Pois significa que tanto o naturólogo quanto o interagente terão o que aprender um com o outro; haverá troca e reciprocidade que através da presença e empatia o naturólogo não só irá orientá-lo como também o interagente estará aberto a tais orientações, cumprirá a sua parte e terá autonomia sobre sua própria saúde, dando espaço para que o naturólogo também possa ouví-lo e instruí-lo, facilitando o processo de cura do interagente, trazendo uma abordagem complexa e vitalista que por meio de um olhar fenomenológico torna-se possível a busca do sentido e do propósito de vida que o próprio interagente será capaz de construir através de uma mudança de estilo de vida. A partir daí ambos se tornam partes corresponsáveis do processo saúde-doença, integrando a relação “médico x paciente” e tornado-a horizontal, desmistificando a ideia de que existe uma hierarquia entre o profissional e a pessoa atendida.

 Os principais itens que são geralmente abordados em relação a presença são: atenção plena, disponibilidade mental, escuta, presença no espaço físico, interesse em conhecer o interagente e interesse em oferecer cuidado. Só haverá troca e reciprocidade entre naturólogo x interagente se ambos estiverem presentes e conscientes do processo saúde x doença através de uma relação de corresponsabilidade e integralidade.

 Para o naturólogo, a visão que se tem quanto ao processo saúde-doença é de que a doença nada mais é do que uma alteração do equilíbrio dinâmico do indivíduo, relacionado também a seu meio natural e social. Ela não é vista como uma inimiga que deva ser combatida e eliminada, mas sim como um sinalizador de possíveis perturbações em diversos níveis, tais como o físico, metabólico, vital, mental e supramental. Deve ser investigada, entendida e tratada e que, consequentemente, possa vir a se resolver, alcançando um estado de saúde que não deve ser visto como algo a ser conquistado, mas sim mantido e preservado. Sendo assim, saúde é a capacidade que o corpo tem, num equilíbrio dinâmico, de adaptar-se às oscilações dos meios externo e interno, sem a aparição de sinais e sintomas e com uma sensação de bem-estar. Tendo isso em vista, fica claro que não é o objetivo do naturólogo manter a saúde ou mitigar a doença como se fossem pólos separados, mas sim direcionar o foco à própria pessoa e em como ela lida com esse equilíbrio dinâmico nos processos de vida.